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05 de setembro de 2016

Estudo inédito mostra o perfil da indústria gráfica na Bahia

Dados estatísticos inéditos revelam o perfil da mão de obra, o desempenho e a participação da Bahia no setor gráfico brasileiro

Gabriela Alencar

A Bahia é o sexto estado brasileiro mais rico, responsável por um terço do PIB do Nordeste e representa mais da metade das exportações da região. A indústria responde por 33% de seu PIB e por mais de 80% de suas exportações.

O Estado experimentou nos últimos anos um grande salto de desenvolvimento, que lhe conferiu uma economia com perfil muito mais diversificado, oferecendo oportunidades de negócios em todos os setores de atividade mais contemporâneos: petróleo, energia, petroquímica, mineração, automóveis, tecnologia da informação, comunicação, têxtil, bebidas, alimentos, agronegócios, biotecnologia, turismo e construção.

Levi Ceregato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) revela que o setor, no contexto global do País, voltou a crescer no segundo trimestre de 2016, em relação ao primeiro, com aumento de 1,5% na produção física. “Isso deve refletir-se, também, na Bahia”, frisou, ponderando: “Uma recuperação mais expressiva da produção dependerá da retomada da demanda interna, pois é baixo o peso do setor externo na indústria como um todo, e nas gráficas, particularmente”. Além disso, a pressão de custos no setor é significativa, apesar da queda da cotação do dólar recentemente. “Ainda assim, à luz das surpresas recentes na produção física, estamos revisando a estimativa de queda este ano de 10% para 3%. Revisão expressiva e na direção desejada por todos”.

Levi Ceregato também explica ser importante para o setor o fim da bitributação de impressos pelo ICMS e o ISS, “problema antigo que nos afeta e que esperamos ver solucionado, por meio de projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional”. Outro problema que a Abigraf Nacional está combatendo é o uso indevido de papel imune por uma minoria das gráficas, mas que estabelece concorrência desigual com a maioria, que cumpre rigorosamente a legislação que impede o uso para outras finalidades do papel destinado à impressão de livros, jornais, revistas e periódicos, que tem imunidade tributária prevista na Constituição.

 

Setor gráfico baiano

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho (MTE/RAIS), a indústria gráfica no Estado da Bahia reúne 845 empresas, que correspondem a 4,1% das 20.478 existentes em todo o País. A indústria baiana emprega 2,6% da mão de obra ocupada pelo setor gráfico nacional (5.582 dos 216.101 funcionários gráficos).

De 2013 a 2014, houve redução de 1% na quantidade de postos de trabalho na indústria gráfica. A retração observada na Bahia vai ao encontro da observada em nível nacional.

“Em razão da forte crise econômica que passamos, a indústria gráfica baiana sofre com a falta de demanda e, por isso, nossas encomendas diminuíram em torno de 40%. Mas, esperamos que o governo federal dê um choque positivo na economia e, com isso certamente voltaremos a produzir e ter mais colaboradores”,  comenta o presidente da ABIGRAF Bahia, Josair Santos Bastos.

Quanto ao comércio externo, com base nos números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações baianas de produtos gráficos em 2013 somaram apenas US$ 86 mil, enquanto em 2014 foram reduzidas para US$ 45,1 milhão. As importações aumentaram 37% de 2013 para 2014: de US$ 5,3 milhões para US$ 7,3 milhões. O déficit da balança comercial do setor passou de US$ 5,2 milhões, em 2013, para US$ 7,2 milhões, em 2014.







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