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Nossa Gráfica e as Eleições

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Estamos escrevendo este artigo, alguns dias antes das eleições presidenciais no Brasil. Independentemente de quem assumir a presidência da República, o principal desafio para o novo governante será sem dúvida alguma, a reforma fiscal. Os encargos no Brasil são muito altos, se comparados com muitos outros países dos diversos continentes. Os índices do IGP-M para setembro têm previsão nesta data de quase o dobro do que tivemos em agosto deste ano. Índices, Previsões, Estatísticas, ora são favoráveis, ora negativas. A evolução da Informática, o deslocamento da economia para o setor de serviços, a customização do marketing e do atendimento a clientes, e a tendência à atuação em redes de fornecedores, foram sinais claros - e muito alardeados - já no início desta década, das mudanças que estavam por vir. Mas, muitos gráficos não chegaram a vê-la. Sucumbiram!

Pensar o futuro após as eleições, não significa fazer projeções das atividades atuais. Não significa fazer exercícios de previsão e futurologia. Não significa antecipar para hoje decisões, sobre as situações possíveis de amanhã em função desta ou daquela atitude do próximo governo. Pensar o futuro da nossa gráfica, no sentido estratégico que visualizamos aqui, significa preparar a empresa desde já para atuar no dia a dia de amanhã. Pensar estrategicamente o futuro é exercitar a visão da empresa em seu meio ambiente, hoje, amanhã e sempre.

Recebi estes dias uma carta de um leitor dos nossos artigos, que me permito reproduzir com permissão do emitente, Sr. E. Araujo:

"Caro Thomaz, boa tarde!

Cheguei ao site da Printconsult, e então, li o artigo descrito acima e que me motivou a escrever a você. Trabalho no ramo gráfico desde 1.984 e há 17 anos atuo na área comercial. Já atuei na Takano; Burti e Litokromia entre outras. De quando comecei até os dias de hoje o mercado mudou bastante. Concordo plenamente que não houve uma profissionalização do setor comercial das gráficas, por culpa dos empresários e de nós mesmos, profissionais de vendas.

Novos ou experientes os profissionais de vendas, em geral, trabalham à própria sorte. As empresas oferecem um apoio tímido ou nenhum apoio. Não existem estratégias, que deveriam ser traçadas em conjunto. Novas tecnologias surgiram e continuam a surgir e nenhuma ação para a atualização neste sentido é promovida. Comercialmente também não há qualquer ação para formar ou atualizar o profissional para que este saiba lidar com as tendências e exigências do mercado atual. Não existe qualquer tipo de incentivo. Se o profissional quiser se atualizar este o fará por vontade própria.

Por sua vez, os profissionais de vendas também não agem, seja para colocar suas dificuldades de forma profissional, seja para discutir melhores condições ou se atualizar. Os níveis de comissionamento caíram muito. O desânimo toma conta do cenário. Vários colegas migraram para outros segmentos à procura de condições e comissões melhores. A continuar do jeito que está o setor ficará ainda mais carente de bons profissionais na área comercial, poucos se sujeitarão a realizar um trabalho sério e profissional a troco de quase nada. Não seria a hora de se mudar esta relação entre representantes e empresas? As empresas gráficas assumindo de vez, que o setor comercial é sim importante para sua existência, e com isso empregando profissionais por uma remuneração justa, treinando e atualizando estes profissionais podendo assim exigir resultados baseados em metas tangíveis que forem traçadas em conjunto.

Os profissionais, por sua vez, se sentiriam obrigados a uma atualização constante deixando para trás velhos conceitos e vícios. Trabalhariam mais motivados, com certeza. Os que não se enquadrassem neste novo cenário não sobreviveriam muito tempo no setor. Bom, foi aí meu "pitaço" sobre o assunto. A meu ver é um assunto de muita importância que poderia, ou deveria, ser discutido bem mais a fundo. Thomaz, obrigado pela sua atenção.

Senhores gráficos. Este assunto é bastante sério. Nossos vendedores infelizmente em sua grande maioria, nada sabem a respeito do que vendem e em muitos segmentos de nosso mercado gráfico, nem conhecem as diversas técnicas de confecção e necessidades da aplicação de matérias primas ou acabamentos especiais.

Temos, porém o "outro lado da medalha". A gráfica procura um profissional, seja para a pré-impressão, impressão digital ou de outra tecnologia (offset, flexo, etc.) além é claro para as modernas máquinas de acabamento. Procura orçamentistas com prática em embalagens, editorial, promocional, etc. encontrando simplesmente "digitadores de programas de orçamento" desconhecendo totalmente a tecnologia de cada segmento. Faltam inclusive lideranças de gestão na área gráfica, com conhecimentos técnicos, de qualidade, de gestão ambiental, etc.

As eleições, certamente não irão mudar este quadro. Por um lado, temos o SENAI que se esforça em prover os diversos profissionais das áreas de conhecimento. Temos a ABTG que pode ensinar tecnologia moderna aos alunos em seus diversos cursos. Acontece que o gráfico não está enviando os seus profissionais, para um aprimoramento com a desculpa de que fazem falta na empresa ou de que o treinamento é muito dispendioso. A ABIGRAF Nacional e suas Regionais, também promovem diversos cursos em parceria com órgãos governamentais que reduzem os custos destes cursos. Mesmo assim, o Gestor da gráfica ainda acha caro.

Como consultores na implantação de Boas Práticas e Gestão da Qualidade, temos observado desperdício de material e tempo em TODAS as indústrias que visitamos. O dono da gráfica desconhece quanto dinheiro está perdendo, pois acredita que um sistema de Boas Práticas, com Normas e Procedimentos, ou ainda a utilização de Sistemas de Gestão, como os da Calcgraf, Metrics, Ecalc, Zênite ou Bremen, além de vários outros é "muito caro" e não leva a nada. No dia em que o dono da gráfica descobrir quanto dinheiro está perdendo, ou ainda, quanto dinheiro está deixando de ganhar e quantos orçamentos são perdidos para a concorrência, certamente ele porá a mão na massa e implantará imediatamente as novas tecnologias e, principalmente, o treinamento de seu pessoal.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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