Thomaz Caspary: Vamos falar um pouco de desperdício? :: Guia do Gráfico ::
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Vamos falar um pouco de desperdício?

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Somos verdadeiros desperdiçadores de tudo. Desperdiçamos água no chuveiro, na pia ou mesmo lavando calçadas. Alimentos são desperdiçados em quase toda a sua cadeia produtiva, bem como no transporte inadequado. Alimentos prontos são desperdiçados e vejo inúmeras famílias esvaziando os potinhos e pratinhos de sobra na geladeira, que vão diretamente ao lixo. As donas de casa são pouco criativas, quando não usam estes alimentos restantes para um bom "Risoto Semanal" ou um "Escondidinho francês Restodonté" ou ainda para uma maravilhosa sopa "Allaround".

O combate ao desperdício se aprende de forma indireta na infância, quando os pais ensinam aos filhos que não se deve colocar no prato mais do que se vai comer (hoje, a lição é dada pelos restaurantes que servem comida a quilo) ou apagar a luz quando deixam o quarto. Porém, nesses tempos de consumismo exacerbado, produtos descartáveis e pais trabalhando fora do lar, os conselhos se perdem e a criança se faz adulto sem saber o quanto perde e o quanto deixa de ganhar com o (bom) combate ao desperdício.

Sobre desperdício de tempo ninguém fala. Horas batendo papo no celular, ou usando o Whatsapp e diversas redes sociais inclusive no trabalho e em sala de aula, onde se deixa de prestar atenção no que faz. O pior, no entanto, é o desvio de concentração em relação ao trânsito para ver e escrever mensagens ou mesmo usar 0 celular para conversar neste terrível congestionamento.

Ontem e ainda hoje, quem vê um canteiro de obras, percebe o quanto se perde em tijolos, pedra e areia para levantar um prédio ou uma casa, sem falar no cimento, sempre preparado além das necessidades da construção. Nas fábricas, ocorre o mesmo, quando o pessoal da limpeza, ao fim do dia, recolhe ao lixo uma infinidade de peças não aproveitadas ou danificadas. Nos escritórios, os cestos de papéis servem de indicador, isso em plena era da informática.

No entanto, sabemos que o desperdício maior, em qualquer ramo de atividade, é invisível. Trata-se do TEMPO, "matéria-prima" jamais recuperada. As reuniões lideram as estatísticas, pois carecem de objetividade. Convoca-se ou convida-se sem informar o porquê da reunião, os objetivos. "Outros assuntos" ocupam um espaço inaceitável em tempos de gestão transparente. Não listam os temas e nem fixam os horários, de início e encerramento. Fala-se muito, decide-se pouco. E o tempo, que não cobra honorários no presente, revela sua conta de perdas no futuro.

Desse modo, deve-se estimular permanentemente a cultura do combate ao desperdício, precedido de estudo minucioso do cotidiano das empresas e da sua atividade-fim, desde o chão da fábrica até a sala do presidente, do posto de saúde ao gabinete do ministro. De desperdício, nós brasileiros, somos pós-graduados. Da colheita, no (mal) armazenamento, nas rodovias, nos gastos públicos, nas indústrias, nos shoppings, nos escritórios, nas residências...já ouvimos e vivenciamos.

Com medidas corretas, que podem ser encontradas nas "Boas Práticas" e, respeitando as especificidades de cada empresa e as suas metas, é possível desenvolver o processo de combate ininterrupto ao desperdício. Os resultados, em alguns casos, são imediatos e em outros aparecem a médio ou longo prazo.

Antes que seja tarde demais, é importante localizar o desperdício, com uma grande lupa, e extirpá-lo.

Este mundo globalizado e competitivo, implacável com os maus tratos nas organizações, e abandonar a postura mais irresponsável que é do descarte, das demissões, do enxugar os postos de trabalho. O que mais à frente, é óbvio, diminui o consumo, não como opção, mas pelo desemprego.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult.




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