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A caminho da nova década

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Uma das últimas coisas a se recuperar da crise que assolou no último ano nosso país, foi o mercado de trabalho. Para os bons profissionais, o medo de perder emprego já é passado. A indústria gráfica, não só voltou a contratar como enfrenta dificuldades em encontrar pessoal de todos os níveis com qualificação suficiente para preencher as vagas. Não falamos só de operadores de pré-impressão, impressão e acabamento, como também profissionais na área de orçamento, PCP, vendas e administração de vendas. Faltam gestores em todas as áreas de atuação na gráfica e, certamente precisaremos qualificar mais de dezenas de milhares de profissionais, nos próximos 10 anos. Sabemos por estatísticas, que, cada vez que o país cresce mais de 4% ao ano, falta mão de obra qualificada.

Na indústria gráfica, estamos buscando pessoal de no mínimo nível técnico completo para operar as modernas máquinas gráficas, como elementos com conhecimento de economia, administração e engenharia, para assumir posições nas áreas de custos e formação de preço de venda, profissionais que deverão ser reais consultores de venda, com pleno conhecimento das técnicas gráficas e de técnicas de venda, bem como profissionais de marketing, com conhecimentos de TI. Estivemos estes dias em uma grande empresa gráfica onde um orçamentista operava um conhecido programa de gestão, na área de orçamentos. Este orçamentista (que “generosamente” chamo de operador de programa de orçamento) copiava para o programa existente na tela, os dados constantes em uma planilha, que lhe tinha sido entregue pelo departamento de vendas, com uma anotação em vermelho: “cliente necessita do preço com urgência”! Perguntei ao operador, como curiosidade, o que significavam determinadas siglas, na área de fechamento do orçamento. Infelizmente ele as desconhecia e disse que o programa as preenche sozinho. Continuei perguntando sobre diagramação e qualidade dos suportes, sendo que o operador desconhecia todo o processo de elaboração do impresso. Sabemos que isso é tudo muito RARO, porém não podemos hoje em dia nos dar ao luxo de colocar para fazer um pré-cálculo, qualquer elemento que não conheça perfeitamente a nossa produção, bem como domine o sistema que está utilizando. Este exemplo serve para todas as outras funções em nossa gráfica.

A “cara” da força de trabalho da nossa gráfica deverá de hoje em diante exibir novas feições, ou seja, deveremos ter gente mais capacitada para exercer as diversas tarefas que temos que cumprir. Certamente dentro de no máximo cinco anos, teremos funcionários mais técnicos, teremos mais mulheres ocupando cargos hoje ocupados por homens. A faixa etária de nossa equipe terá uma idade média mais baixa do que a que temos hoje em dia, sendo que cada um estará mais concentrado em suas tarefas e na solução do conteúdo do próprio trabalho.

Vamos ter que investir muito mais no RH da nossa empresa, criando perfis de profissionais que atendam às expectativas e carências das novas tecnologias, bem como da qualidade e velocidade de atendimento ao nosso mercado. A formação e retenção de talentos, além da flexibilização de horários e locais de trabalho, será para o empresário gráfico um grande desafio. Neste momento, o PCP entra em cena com novas metodologias de coordenação de trabalhos e operações. Além disso, o empresário gráfico terá que estar com as “antenas ligadas” para a Gestão Estratégica de Negócios, Educação, Treinamento e Qualificação de sua força de trabalho, bem como na avaliação de resultados em Gestão de Pessoal.

O equilíbrio entre a vida profissional e pessoal de nossos funcionários será também dentro de alguns anos um enorme desafio, para que estes profissionais possam cumprir suas tarefas com “corpo e mente”. O grau de competitividade de uma empresa (e também da gráfica) depende cada vez mais do relacionamento interpessoal de toda a equipe. Para isso, o RH (ou consultor), deve não só estar preparado para as novas metodologias de seleção de pessoal, que levam em consideração (além dos conhecimentos técnicos de cada área) muito mais o Quociente Emocional (QE), do que a inteligência individual. Pesquisas já de alguns anos passados, mostraram que o sucesso profissional do principal gestor da empresa, depende, na maior parte, do modo como ele administra a si mesmo e as suas relações com a equipe. Por esta razão é necessário que na escolha de funcionários, consigamos encontrar profissionais que tenham um currículo comprovadamente positivo, principalmente do ponto de vista do QE. Pessoas de baixo desempenho frequentemente ficam estressadas, reagindo de maneira negativa, causando erros e com isso desperdício, elevação de custos, quando não prejuízo para a empresa.

No Brasil, bem como em muitos países europeus, existem milhares de desempregados na indústria gráfica que estão trabalhando em outros segmentos de mercado. No entanto falta mão de obra especializada para o mercado gráfico. O problema está, na verdade, na educação. O brasileiro estuda em média, cinco anos, ante 12 do americano e 11 do japonês. No entanto, exigimos ao contratar o ensino médio. Será que teremos que buscar gente nos USA ou Japão? Será que iremos contratar o João, Pedro ou Antonio que se diz “Imprenssor” para rodar nosso equipamento de milhões de Euros ou para fazer os nossos pré-cálculos ou usar o PCP, nos bons sistemas de gestão que existem no mercado? Senhor empresário. Repense a questão de seleção e treinamento e tenha uma década bastante rentável.

Fonte: Revista Publish Nº 106

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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