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As Gráficas e a "filosofia de Zeca Pagodinho"

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Este curioso título está relacionado a um tema bastante sério, que estamos enfrentando na indústria gráfica neste momento. Existem rumores por toda parte. Reuniões são marcadas a cada momento, por razões diferentes e, apesar disso, as decisões estão sendo cada vez mais adiadas. A insegurança toma conta dos profissionais da gráfica. Porém, ninguém tem coragem de perguntar ao chefe o que é que está acontecendo realmente. Será que a gráfica está no vermelho? - e mesmo se perguntassem, provavelmente ele iria negar.

Jessé Gomes da Silva Filho, mais conhecido como "Zeca Pagodinho" é um conhecido cantor e autor de músicas brasileiras, escreveu em seus textos frases curiosas, como "Deixa a Vida me Levar" ou então "Se a coisa não sai do jeito que eu quero também não me desespero. O negócio é deixar rolar e aos trancos e barrancos lá vou eu! "E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu...".

Infelizmente, o texto acima se aplica a uma série de empresários gráficos, principalmente de pequeno e médio porte, que se preocupam mais com o próprio bem estar, do que com a própria empresa e de seus funcionários que são a alavanca dos resultados da gráfica. Sinto ter que dizer isso publicamente, mas é o que tenho visto em grande parte das gráficas que visito e que após algum tempo começam a naufragar.

Posso citar aqui um sem número de empresários gráficos que nunca pensaram assim e em função disso levam a sua empresa com sucesso. Não posso citar todos, pois o espaço não será suficiente, más gostaria de citar alguns importantes: Mário César de Camargo, Tullio Samorini, Fernando Ullmann, Fabio Mortara, Joseph Brunner, Alfried Plöger, Arno Witte, Luiz Carlos Burti, e tantos outros que não deixaram a "peteca cair" levando suas empresas ao crescimento.

Existem alguns sinais, de que a empresa está com dificuldades e que o funcionário mais atento pode detectar facilmente: Você percebe alguns cortes no orçamento, verifica também que salários estão atrasados, pagamentos atrasados de fornecedores, equipamentos inativados por falta de manutenção, entre outros, são alguns dos sinais que a empresa está passando por problemas financeiros. O departamento de vendas é um ótimo medidor da "saúde" da empresa. Fique de olho se os superiores andam pressionando as vendas ou a redução de preços nos serviços solicitados. A revisão constante de contratos e informações sobre pagamento antecipado também são um mau sinal. A gráfica vem perdendo metas, clientes e vendas. Reuniões e cobranças vão ficando cada vez mais raras e o trabalho está rendendo cada vez menos. Dê atenção a esses fatores.

Mas nem tudo está perdido. Embora o segundo semestre e o próximo ano não serão o que se espera, existe chance de melhorar bastante o desempenho da sua gráfica, trazendo rentabilidade e ampliando as vendas, sem grandes investimentos. Muitas gráficas já estão rodando 2 a 3 turnos (sem contar com os efeitos eleitorais), através de medidas que tomaram anteriormente e cujos frutos estão colhendo a partir deste momento. O que faltava é a decisão do principal gestor da empresa, decisão esta que foi tomada e com convicção da certeza de resultados. A maior e melhor ferramenta para manter uma empresa competitiva são as pessoas que nela atuam. Ao contrário do que muitos imaginam, nenhuma outra ferramenta é tão mortal quanto manter pessoas inadequadas dentro do negócio.

Mas, me pergunto por que estas pessoas inadequadas ainda estão dentro da gráfica? Porque estes "parasitas" ainda não foram demitidos? Porque manter pessoas incompetentes em cargos muitas vezes estratégicos para a empresa? A resposta é simples e direta. Seus superiores são fracos ou possuem elos desconhecidos que os impedem de tomar uma atitude. Preferem fingir que não sabem do problema para não serem forçados a tomar uma atitude. O melhor administrador não é o que administra papeis, mas sim aquele que sabe administrar pessoas. Hoje vemos empresas gráficas de sucesso dedicando o mesmo tempo para administrar problemas técnicos e problemas com insatisfações geradas por funcionários incompetentes.

Muitas vezes, entregamos a certos chefes a responsabilidade de contratar novos colaboradores no lugar de delegar esta tarefa a uma pessoa de RH com experiência. Aí então caímos em uma armadilha, imaginando que os chefes irão contratar profissionais maduros e responsáveis. É obvio que irão contratar gente com o mesmo perfil ou pior. Jamais se arriscarão a contratar pessoas que certamente irão questionar mais, exigir mais e não aceitarão atuar como meros expectadores. E é ai que mora o perigo e o circulo se fecha. Um incompetente, contrata outro ainda mais incompetente e, a empresa fica nas mãos de pessoas que jamais irão dar um passo em direção à mudança e ao crescimento da gráfica.

Voltamos a bater na velha tecla, da necessidade da implantação das Boas Práticas na empresa gráfica. Uma solução de baixo custo e retorno em curto prazo. Para quem leu na Revista Veja de 15 de agosto a entrevista de Anne Lauvergeon, ex-presidente da maior empresa de tecnologia nuclear do mundo verá em suas palavras "Se o Japão tivesse adotado as Boas Práticas do setor, o acidente na usina de Fukushima teria sido evitado". - No que consistiam estas "Boas Práticas"? - Erguer um muro com 10 metros de altura em determinada área da usina. Veja qual seria o custo do muro e qual foi o prejuízo da destruição!

Na gráfica é a mesma coisa. Pequenas ATITUDES que se iniciam em Vendas, passando pelo pré-cálculo, abertura da OS e PCP, podem reduzir prejuízos enormes na produção e até evitar a devolução dos trabalhos do cliente, que significa custo em dobro, além da refação do serviço.

E nós que desejamos crescer e produzir resultados ficamos olhando com cara de bobo, a este cenário horroroso e improdutivo, nos acomodando e acostumando com a paisagem.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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