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Boas Perspectivas na Indústria Gráfica

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Recentemente, meus colegas da faculdade gráfica da Alemanha, espalhados pelo mundo e que hoje são grandes empresários e consultores na Alemanha, Inglaterra, Índia, China, França, México, Espanha e Estados Unidos, e eu nos reunimos em uma videoconferência de cerca de 4 horas para falar um pouco da situação atual e das perspectivas para os próximos anos na Indústria Gráfica. Todos nós, filiados à Associação Alemã de Engenheiros e Executivos da Industria Gráfica e Mídia Impressa, chegamos a conclusões semelhantes, evidentemente com diferenças regionais de cultura e tecnologia.

Posso, no entanto, afirmar que nós no Brasil estamos muito bem e praticamente acompanhando a tecnologia de ponta dos países mais desenvolvidos. Por questões econômicas certamente não temos os mais avançados sistemas tecnológicos, simplesmente por problemas do retorno de investimento. O nosso grupo, formado por 14 empresários e consultores, concluiu que o mundo tem enormes perspectivas de crescimento em muitos nichos de mercado, principalmente nas áreas da publicidade, embalagem e editorial (apesar das mídias eletrônicas).

No caso da área editorial, as tiragens serão cada vez mais reduzidas, porém haverá um maior número de títulos (jornais, revistas e livros) segmentados para as necessidades de cada leitor, diferente em cada região do planeta. A impressão digital e sob demanda virá com tudo e está crescendo algo em torno de 10% a 15% ao ano, dependendo da região. Em alguns países o crescimento supera estes números.

Também na área de embalagem, o papel-cartão em suas várias composições (inclusive microondulado), terá um crescimento gradativo, sendo que laminados simples e compostos, além de rótulos adesivos e “sleeves” crescerão cada vez mais e serão impressos principalmente em flexografia que está em franco desenvolvimento.

Já a área da publicidade impressa, será utilizada cada vez mais como encartes de jornais e revistas, sendo a conhecida “mala direta” cada vez mais segmentada e personalizada através da conjugação de impressão offset com digital, ou em determinados segmentos, impressos diretamente em impressão digital, em função de “campanha relâmpago dirigida” e de baixa tiragem.

Concluímos nesta videoconferência, que não haverá retrocesso na indústria gráfica e que pequenas empresas ou se especializam ou somem do mapa. Somente em cidades muito primitivas de alguns países do terceiro mundo, as gráficas que denominamos de “artesanais” ainda sobreviverão por algum tempo. Porém este tempo será limitado, ao alcance das equipes comerciais das empresas maiores, que levarão estes trabalhos para sua empresa reduzindo o poder de amizade das gráficas, nas cidades menores.

O que ficou claro na nossa conversa, foi o despreparo total das equipes de venda, nos países do terceiro mundo (onde incluímos a China, no caso de vendas). Os vendedores na sua grande maioria, ainda desconhecem a potencialidade de suas empresas, não têm noção técnica dos produtos gráficos que vendem e acabam tendo medo dos clientes, pois muitos clientes estão mais bem informados do que os próprios vendedores. É urgente o aprimoramento técnico dos vendedores, inclusive aplicando técnicas de venda diferentes a cada segmento de mercado.

Como não podia deixar de ser, falamos de produtividade, erros, refação e aumento de custos. Falamos da grande quantidade de erros que acontecem na indústria gráfica. Um de nossos colegas falou textualmente “O maior erro, é não querer aceitar que erramos”. Estamos acostumados a conversar sobre erros e chegamos nesta teleconferência a números absurdos em alguns países, aonde erros e refação chegam a representar 15% do faturamento líquido.

Estas empresas não duram muito. Analisamos as razões dos erros e fomos unânimes em afirmar que os principais erros que levam as gráficas à perda de dinheiro, são os problemas de informação e comunicação, além de funcionários que não se empenham e só estão interessados, em receber seu salário no final do mês. Para o combate a este “Status Quo”, só existe a saída do treinamento para a Qualidade Assegurada, ou seja, que cada funcionário de qualquer setor, se responsabilize e seja conscientizado de sua importância na tarefa executada.

Falou-se sobre a adoção de Normas e Procedimentos em todos os postos de trabalho, a se iniciar em vendas, terminando na cobrança. Conhecemos este procedimento como “Good Manufacturing & Managing Practices”, ou seja, Boas Práticas de Fabricação & Gestão. Dentre os erros mais comuns em todos os países, foram detectados:

  • Erros de Informações de Vendas ou Clientes.
  • Erros no Pré-Calculo.
  • Erros na abertura da Ordem de Serviço.
  • Problemas com o PPCP.
  • Problemas com Arquivos por falta de instruções ao cliente.
  • Problemas de Produção, sendo 95% por falta ou erro de informação.

Com relação a estes erros todos temos o maior problema: que é a “Gestão do Erro”. Erra-se, porém não se fazem as devidas correções no processo para que estes erros não venham a se repetir. Não existe um controle e avaliação técnico-financeira dos erros gerados na empresa. Não se utilizando Boas Práticas não existem conseqüentemente sistemas de prevenção de erros. Definições claras e seguras de todos os passos que cada elemento da gráfica em todos os setores deve seguir, não existem na maioria das empresas do nosso setor (mundialmente falando), com exceção de algumas empresas nos países assim chamados de primeiro mundo, que, no entanto também tem gráficas que cometem erros, têm baixa qualidade e vão sobrevivendo. Não sabemos até quando...

Concluímos nossa teleconferência chegando ao consenso de que a indústria gráfica cresce a cada dia e que as empresas que não adquirirem a cultura de correr atrás dos erros e devoluções, tomando uma posição de “gestão do erro” estão fadadas a desaparecer. Uma boa Gestão do Erro poderá elevar bastante o lucro e a rentabilidade da empresa gráfica também em nosso país.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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