Com o foco nas soluções! Ou ponha um fim no “achômetro”

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Vocês se lembram do filme “Esqueceram de Mim?” Pois é. Me parece que esqueceram dos pequenos industriais gráficos. Será? Ou será que o micro e pequeno industrial gráfico “achou” que fosse fácil tocar uma gráfica e foi na conversa de amigos (aplicando o fundo de garantia para comprar máquinas usadas, já que sempre foi impressor) ou dos pais dos quais herdaram a empresa?

Estamos no ano 2008 e não mais no século XX onde se “amarrava cachorro com lingüiça”. As coisas mudaram um pouco. O mercado mudou, tornando-se mais exigente, os concorrentes um pouco maiores conseguem fazer preços de venda melhores, conseguem arrumar dinheiro para financiar máquinas, conseguem pagar melhor seus funcionários que produzem melhor e outras histórias que costumo ouvir. Será que tudo isso é verdade?

Temos no Brasil, bem mais de 16.000 gráficas de pequeno porte que vão de um ou dois a dez funcionários. Estas gráficas, muitas delas, utilizam máquinas tipográficas ou mesmo de uma offset Catu 370 na qual tentam imprimir trabalhos a quatro cores. A que custo? Com que perdas? Ninguém sabe, nem mesmo eles. Tenho plena certeza de que o pequeno industrial gráfico, precisa de maior atenção por parte dos sindicatos locais, pois ele (o gráfico) nem sabe da existência de técnicas de gestão, custos, vendas e muitas outras coisas pelas quais ele será engolido pelo mercado concorrente que tem acesso às informações, através da leitura de um simples boletim do sindicato local, da associação comercial da região, do SEBRAE e do SENAI. Não vou falar aqui de ABTG ou ABIGRAF e SINDIGRAF que infelizmente são palavras desconhecidas da grande maioria dos pequenos gráficos.

Não quero aqui taxar o pequeno gráfico de ignorante, pois ele não o é. Ele certamente possui computador, inclusive em casa e o utiliza para acessar a internet e enviar e-mails na empresa. Ele só acredita de que seja impossível melhorar e ganhar mais dinheiro por falta de recursos financeiros, técnicos e de recursos humanos. O que ele quer é lucrar e melhorar o padrão de vida de sua família e de seus funcionários. Gostaria de dizer, que impossível é tudo aquilo que nunca tentamos fazer!

Na pequena empresa, as idéias e projetos ficam na cabeça do dono, que remói isso, sem passar seus problemas a colegas ou familiares. Há uma enorme distância entre as idéias e a prática. Fazer com que estas idéias e projetos sejam executados, crenças tornarem-se realidade concreta é hoje o grande desafio do pequeno dono de gráfica.Quando visito pequenas empresas, pergunto sobre projetos em andamento e vejo que são raros os donos de gráficas pequenas que sabem de como funcionam as coisas, do que de fato está acontecendo, quais os problemas e quais os resultados de cada pedido. Agora é hora de fazer as coisas acontecerem, e deixar de achar que tudo é muito difícil. Sem o total envolvimento e comprometimento dos donos de gráficas (também das maiores) com a execução das idéias, orçamentos, planos e projetos, as indústrias gráficas continuarão aperfeiçoando o processo de melhoria contínua do auto-engano.

Focando as Soluções

Sabemos que 10% do que fazemos em nossas empresas se relacionam a fatos imponderáveis. Os outros 90% estão relacionados com a forma como você reage a estes acontecimentos. Portanto não temos controle sobre 10% do que acontece com nossa empresa, porém somos nós que determinamos os outros 90% pelo modo como reagimos aos acontecimentos imprevisíveis. A chegada das novas tecnologias não só impactou o rumo dos treinamentos e consultorias, mas também a rotina e a lucratividade das gráficas.

As primeiras áreas onde a consultoria remota já está sendo aplicada, em Micro e Pequenas empresas gráficas, são a área de Custos e Cálculo da Hora-Máquina/Hora-Homem, Orçamento e Formação do Preço de Venda. Já para o Pós-cálculo, com verificação da Rentabilidade será necessário o controle de Produção e Produtividade que passa a ser um outro módulo. São contempladas também para o Micro e Pequeno empresário, consultorias remotas nas áreas de Produção, desde a entrada do pedido até a expedição, vista que, muitos problemas se originam na falta ou nos erros de informação e comunicação desde as Vendas até a coleta de dados da Produção. Já para empresas gráficas maiores, se fará necessário um contato Presencial-Interativo, a fim de avaliar a extensão dos trabalhos de consultoria à distância ou a necessidade de um mix de consultoria presencial e remota.

Ainda... Focando as Soluções

Somos nós que determinamos o modo como reagimos aos acontecimentos do Mercado, da Tecnologia e da Gestão da nossa gráfica, em todos os setores, não só produtivos, mas e principalmente, na área da informação. Os treinamentos “In Company”, bem mais produtivos do que em sala de aula, onde se misturam alunos de diferentes empresas com áreas de atuação diversificadas, dispersam os objetivos do aprendizado que, desta forma, são mais consistentes e diretamente dirigidos ao público alvo de cada empresa gráfica.

Tecnologia Gráfica e Técnica de Vendas para Vendedores.

Estes treinamentos são também válidos para orçamentistas, especificamente voltados para os segmentos de mercado onde a gráfica atua, como por exemplo: Impressão Digital e de Dados Variáveis, Etiquetas e Rótulos Auto-Adesivos, Impressos Promocionais, Embalagens em Papel-Cartão e Microondulado, Formulários Contínuos, etc...

Colocar um fim no “Achômetro”, focando reais soluções para sua empresa, seja micro, pequena, média ou grande gráfica, é a solução do momento. A grande incerteza neste horizonte de 2008 onde temos ainda praticamente dez meses pela frente, bem como dos próximos anos, está aqui mesmo e neste momento.

Inflação, Energia, Amazônia, Meio-Ambiente, Recessão ou Estagflação são problemas que devemos deixar para os governantes do mundo. Poderemos colaborar se cada um de nós fizer um pouco de esforço para melhorar a empresa. Está na hora de resolvermos o nosso problema, o problema da nossa empresa gráfica. Muito Sucesso! São os nossos votos.