Dificuldades ao tomar uma decisão?

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Alguns momentos definem o rumo de nossa vida. O vestibular. O primeiro Emprego. O casamento. Nessas horas, geralmente estamos diante de dois ou mais caminhos. E precisamos tomar uma decisão. Recorremos à lógica, às emoções, aos amigos, aos pais, a qualquer um com um palpite a oferecer. E, enfim, escolhemos o caminho com um baita medo de errar.

Você certamente vai concordar comigo que a sua vida hoje é o resultado de várias decisões que você tomou no passado. Essas decisões definiram a qualidade de vida que você possui no presente. Na sua análise, provavelmente olha para algumas das decisões como muito positivas, certas, e outras não tão boas, erradas.

E aquelas que são consideradas erradas por si, podem estar influenciando a sua qualidade de vida. Como desejamos melhorar a nossa qualidade de vida, e aprender com os chamados “erros”, a questão que se coloca é: “Posso melhorar o processo de tomada de decisões?”

Eu acredito que sim!

É sempre melhor tomar uma decisão do que simplesmente não fazer nada e viver na conformidade. Sempre que tomamos uma decisão existe certo risco envolvido, que nos pode lesar de alguma forma. Não tomar decisões é deixar de viver, é ver a vida passar-nos ao lado e com ela várias oportunidades que poderiam dar uma volta completa à nossa vida. É necessário escolher fazer alguma coisa ou não fazer nada, mas o que importante é ter uma escolha!

Uma das armadilhas mais comuns nesse processo é considerar as suas decisões como certas ou erradas. Se você partir do princípio de que, o que deve decidir deve ser a decisão certa, então você coloca demasiada pressão sobre si mesmo. Caso as coisas não corram como desejadas, a consequência é que irá culpar-se pelo fato de que a sua decisão não foi a acertada.

A realidade é que toda decisão tem consequências, algumas desejáveis e outras indesejadas. O problema em relação à decisão que você tomou aparece, quando não consegue lidar com as consequências indesejadas, diferentemente das consequências que te dão prazer. A capacidade de lidar com as consequências será o seu barómetro interno, e de acordo com este irá atribuir uma avaliação boa ou má.

Contudo, nessa equação, há uma variável muito importante que você desconhece. Esta variável se chama futuro. Ao desconhecer o futuro, a decisão que tomou poderá não ser boa, nem má. Esta tua decisão poderá então, levar a resultados diferentes daqueles imaginados.

Saiba ouvir o seu coração. O que quero dizer com isso é que em cada decisão é possível saber o que deixará você mais feliz, quando se ignora a lógica e a razão e apenas se deixa o coração escolher. Por exemplo, imagine que têm de escolher entre um trabalho em contabilidade e ser pago a R$ 25.000,00 por mês ou começar a sua academia de artes marciais que lhe dará um rendimento mediano menor. A lógica levá-lo-ia para o trabalho de contabilidade, bem como a maioria das pessoas o aconselharia, mas por outro lado e tendo em conta que odeia contabilidade e adora artes marciais, será que o salário levaria a dor de aguentar 30 anos de insatisfação num trabalho que não se gosta?

Se você pensar que, a decisão que você toma é uma opção face ao que se apresenta a você naquele momento, você verá que existe aprendizagem nessa decisão. Pensando desta forma, você retira um grande “peso” das suas costas. Retira o peso da obrigação de decidir sempre “certo”. Certo que por sinal é subjetivo. Por sua vez, esse processo também contribuirá para que você tenha mais clareza nas suas tomadas de decisão.

Outra estratégia muito usada é avaliar o que se ganha e o que se perde em cada decisão. Sem dúvida que pode ser uma ajuda, mas nem sempre funciona. Não funciona por causa de experiências vividas que você não deseja repetir. Nesta altura do campeonato, é importante deixar passar algum tempo, conversar com seu “travesseiro”, deixar repousar a sua empolgação, e esclarecer internamente o que é mais importante para você.