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Drupa 2012. Será que a tecnologia resolve tudo?

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Estamos nos aproximando de mais uma DRUPA que terá lugar em Düsseldorf na Alemanha em maio de 2012. Veremos a transição lenta, porém certa para a área digital, as transformações da automatização no set-up (acertos) dos equipamentos gráficos, aumento das velocidades dos equipamentos e certamente a redução de tempos de preparo de todo tipo de equipamentos gráficos. Os diversos sistemas computadorizados, baseados no protocolo CIP4, terão tido avanços extraordinários desde a última DRUPA de 2008. Veremos, portanto avanços da tecnologia, migração para a digitalização e a grande preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente.

O processo da globalização trouxe às gráficas uma realidade muito dura, principalmente àquelas que estiveram por muito tempo embasadas em sua tradição e no feeling dos donos. Esse novo momento traz consigo a necessidade premente de adoção de ferramentas gerenciais capazes de promover uma radical redefinição dos processos, da organização e de sua cultura como um todo. Essas ferramentas ou atitudes devem apontar novas maneiras de trabalhar, e não simplesmente tentar melhorar a maneira de executar o trabalho. Estamos falando aqui de um novo Plano de Negócios e a implantação urgente de Normas e Procedimentos em todas as áreas da gráfica a começar por vendas, pois também a maneira de se vender mudou muito.

Nossa experiência como consultores de empresas gráficas têm nos mostrado que nas empresas pequenas, médias e até em algumas de grande porte, o processo de globalização vem provocando uma derrocada. Ao demorarem em perceber o que está acontecendo e adotar medidas de Boas Práticas eficazes, estão perdendo competitividade e sendo devoradas pelos concorrentes. Para essas empresas, um novo Plano de Negócios seria como uma tábua de salvação para um naufrágio já anunciado.

Hoje o consumidor é mais exigente. Não há mais fidelidade a determinadas gráficas. O cliente quer preço baixo e qualidade. Qualquer empresário gráfico sabe que quem consegue o melhor preço com a melhor qualidade leva o cliente e assusta a concorrência. Portanto, a empresa não deve apenas se preocupar com o cliente que possui em carteira, deve também se preocupar com aquele cliente que ainda não possui. O seu futuro cliente - o Prospect. Deve se preocupar também em fazer o Cross-Selling em seus clientes atuais fidelizando-os através de novas técnicas de vendas. Para isto existem técnicas.

De nada nos adianta trazer tecnologia de ponta deste mundo globalizado com máquinas híbridas de alta velocidade e baixíssimo tempo de set-up, se não temos serviço para colocar nestas máquinas. Nosso custo se traduz por perda de vendas e, portanto, não há retorno do investimento. Os casos de sucesso de processos de redefinição gerencial das gráficas estão diretamente relacionados com a habilidade da empresa em se moldar para atingir o mercado em que atua, e não apenas responder quando os clientes fazem surgir a necessidade. Essa capacidade envolve o desenvolvimento de serviços e novas tecnologias que despertem nos clientes vontade de utilizar a sua gráfica, antes mesmo destes perceberem que possuem essa vontade ou necessidade identificada.

Em um mercado cada vez mais exigente e competitivo, alcançar o sucesso profissional depende de planejamento, disciplina, força de vontade, capacidade de adaptação e equilíbrio. As pessoas de sucesso atingem-no porque, em primeiro lugar, sabem exatamente aonde pretendem chegar, colocam objetivos a ser alcançados e movem-se naquele sentido. A isso chamamos de Plano de Negócios, com a implantação de Normas e Procedimentos específicos para cada nicho de mercado a atingir e mesmo para as tecnologias gráficas adotadas na empresa.

Infelizmente o que muitos gráficos, com a desculpa de estarem muito atarefados estão fazendo, chamamos de "Síndrome da Avestruz". Lembro-me dos filmes que assistia quando criança e principalmente daqueles que mostravam o Avestruz. Diante de qualquer problema ou dificuldade, o animal enfiava a cabeça num buraco na terra para se esconder, como se isso fosse salvá-lo da adversidade. Com a cabeça protegida, mas com o corpo totalmente exposto, ratificava o dito popular - "o que os olhos não vêem o coração não sente". E, no fundo é isso que vêm acontecendo em grande parte da nossa indústria gráfica, que vai lentamente sucumbindo, seja na área de vendas, ou mesmo na área da tecnologia.

Senhores gráficos. Está na hora de tomar uma posição com relação ao seu próprio patrimônio. Caso já tenha decidido ir à DRUPA 2012, por favor, faça o seu planejamento da visita, pois certamente não conseguirá visitar todos os 17 pavilhões em cada detalhe. Planejem-se ante às tecnologias que deseja conhecer face as necessidades de seu mercado específico, ou mesmo de um mercado que queira abraçar. Veja se pode visitar uma empresa gráfica que esteja utilizando o equipamento que deseja adquirir e pergunte ao colega europeu, com relação à produtividade, dificuldades e mercado. Não seja impetuoso e não compre com o coração. Faça o seu planejamento e em caso de dúvida, consulte ANTES de viajar o seu mercado, os seus colegas ou mesmo um consultor. Uma vez na Alemanha, após a feira, desfrutem da culinária e das diversas cervejas e vinhos por lá existentes.

Tenham todos, um bom Ano Novo. Boas Festas!

Fonte: Revista Publish 117

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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