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Indústria Gráfica: O futuro “está” digital...

Thomaz Caspary ( In memoriam )

A transformação dos sistemas analógicos para digitais não vem de hoje. Quando no início de 2003, a KODAK resolveu utilizar 95% de seus investimentos normalmente destinados à área fotográfica e prata para a tecnologia digital, ficou bem claro, o futuro que nos era reservado nesta área. A empresa que antigamente contava com cerca de 150.000 funcionários no mundo todo está hoje com 55.000 empregados.

A redução de custos de processos, não só no ramo gráfico, mas em todos os segmentos de uso do filme é brutal. Veja por exemplo na área médica, onde antigamente milhões de metros quadrados de filme de “raios-x” foram substituídos por sistemas de imagem médica digital impressa a cores sobre papel com avanços tecnológicos incríveis.

Visito a DRUPA desde o final dos anos 60 e pude verificar que em 1995, quando se iniciou a venda comercial de máquinas impressoras digitais pela Xerox, Canon, Índigo e Xeikon, podemos ver que a indústria gráfica sinalizava a tendência digital de impressão sobre papel e outros substratos. Lá se vão 11 anos e a possibilidade de mudar caracteres (variação de dados) de folha para folha é hoje uma realidade. A outra faceta desta incrível tecnologia foi a demonstração de que podemos pular etapas, ou seja, ir do computador, diretamente para a máquina impressora sem a utilização de filmes ou matrizes. Não sou nenhum vidente, mas acredito que grandes tiragens em impressão digital serão possíveis dentro de no máximo 50 anos. Em 1991, ou seja, quatro anos antes do evento das máquinas digitais, tivemos a apresentação da GTO-DI (um equipamento da Heidelberg), ou seja, uma máquina offset onde a chapa era gravada diretamente de sinais vindos de um computador.

Hoje temos uma grande variedade de máquinas impressoras digitais (com ou sem dados variáveis), como a HP, Océ, Xerox, Xeikon, Konica-Minolta, Canon e muitas outras marcas e tipos de impressora digital, tanto planas como rotativas, que imprimem desde uma folha de papel A4, passando por Papel-Cartão para embalagens, suportes não celulósicos, nem planos, impressos de segurança e impressão de diversos tipos de Banners, Inndoors, Outdoors, etc... . Corte (e meio-corte) digital de rótulos e etiquetas em bobina, já são realidades tangíveis.

Robert Baensch, consultor internacional do segmento editorial nos Estados Unidos, disse recentemente que diversas mídias, como a televisão, o radio e a internet, além de cerca de 10.000 títulos de revistas nos Estados Unidos, estão suprindo a população de notícias por todas as 24 horas do dia. Disse ainda que o americano médio passava mais de mil horas assistindo TV, enquanto que somente cerca de 120 horas lendo livros. O mesmo fenômeno acontece em alguns países da Europa e no Japão. No entanto o que acontece na realidade é que são editados muito mais títulos de livros e de especialidades de revistas, além de diversas edições de jornais, sempre com menores tiragens, o que, no entanto no computo geral, representa um aumento real no consumo de impressos neste segmento de mercado. Isso se reflete imediatamente no tipo de equipamentos gráficos que são utilizados para produzir a mídia impressa, que no futuro certamente não desaparecerá. Muito pelo contrário. O consumo de papel impresso terá uma alavancagem acima de nossas expectativas. Menores tiragens porem títulos e produtos diversificados.

Precisamos, no entanto estar preparados para esta nova tecnologia. Se me perguntarem hoje, como serão as impressoras e a tecnologia digital em 10 anos (ou seja, daqui a pouco), confesso não poder responder esta questão. A obra impressa em papel ou outro suporte será sempre preferida tanto para o ensino, como para o lazer, bem como para os diversos tipos de embalagem e documentos não digitais. Li outro dia em uma revista que a Google digitalizará cerca de 34 milhões de títulos de obras da Universidade da Califórnia, em cerca de 18 meses. Outras universidades e bibliotecas negociam agora com a Google, o mesmo procedimento. Você amigo leitor, seria capaz de ler uma obra inteira na telinha do computador? Por quanto tempo? Impresso no papel não é mais prático e saudável para nossa vista? Você leria uma revista do tipo Playboy no seu Laptop ou “Papel Digital” na praia? Ou iria preferir a mesma impressa em papel?

Temos hoje máquinas impressoras digitais, como por exemplo, a Océ Variostream 7400 que imprime páginas A4 em PB Frente-e-Verso (em bobina) numa velocidade de até 40.000 impressões por hora. Podemos imprimir hoje também em uma impressora Xeikon 5000, capas de livro a cores em papel-cartão de até 350 g/m² com verniz UV em linha em velocidades compatíveis com outras impressoras. Outra impressora, como a HP a Xerox a Cannon e a Konica-Minolta, tem sua utilidade específica para os diversos segmentos de mercado. Com isso, aumenta-se a velocidade de produção, portanto, reduzindo prazos de entrega, baixando-se custos e aumentando a qualidade a cada ano. Precisamos estudar nosso mercado e o retorno do investimento a ser feito.

Várias gráficas da Europa e Estados Unidos estão migrando da impressão offset, flexográfica ou mesmo serigráfica, para a impressão digital. Antes, porém, fazem seu estudo de viabilidade econômica e naturalmente um estudo de estrutura de pedidos e nichos de mercado a atuar. O gráfico brasileiro, certamente dirá que isso não é para o nosso “bico”. Hoje com o avanço da tecnologia, se todos os cuidados forem tomados e houver seriedade na implantação de Normas e Procedimentos de Produção e de Gestão na empresa, teremos um retorno de investimento não maior do que dois anos. Algumas empresas na Europa que migraram para a otimização do workflow através da adoção da tecnologia JDF e estão apostando num retorno do investimento desta tecnologia em cerca de um ano.

Veja por exemplo, amigo leitor, o sistema interativo PRINECT da Heidelberg. As vantagens da adoção deste sistema, como também do sistema MAN (Intergrafica Print & Pack), reduzem os custos, aumentando seus controles, sua qualidade e reduzindo desperdícios aumentando a rentabilidade.Temos inclusive na área de Software brasileiro, a Metrics que interage com o sistema Prinect da Heidelberg.

No Brasil, a tendência da pré-impressão se tornar totalmente digital, passando de diversas mídias diretamente para a matriz de impressão CTP (Computer To Plate), sem o uso de filme (filmless) é uma realidade cada vez mais presente. Os custos dos equipamentos e das matrizes estão cada vez mais baixos. Os custos operacionais também, e a velocidade de resposta aumenta em muito, reduzindo erros, se utilizadas as corretas Normas e Procedimentos.

Sistemas de Custos, Gestão Industrial e Comercial digitalizados, já não são segredo. Temos empresas como a Calcgraf, E-Calc, Metrics, Zênite, Wingraf e muitas outras, que estão aptas a lhe oferecer as soluções para os problemas de gestão digital de sua empresa. Você amigo, contraargumentará: “É muito Caro!” Eu retruco: Mais caro é vender sem saber se você está ganhando ou perdendo, se pode lucrar mais ou se tem muito desperdício, se está deixando de vender por estar orçando errado ou mesmo por estar comprando mal os seus suprimentos.

Portanto: Investimento em digitalização não é custo e sim investimento com retorno curto e garantido, dependendo sempre da sua visão empresarial.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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