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O Panorama das Gráficas no Mercado Brasileiro

Thomaz Caspary ( In memoriam )

No mês passado escrevi um artigo com o título "A sua gráfica anda dando prejuízo?". Em função deste artigo, recebi quase uma centena de e-mails, entre os quais quero destacar um, de um grande Profissional de Vendas do ramo Gráfico de São Paulo, conhecido meu de longa data e que serve de base para o meu artigo de hoje. Diz ele:

"Caro Thomaz".
É absurdo o que estamos vendo no mercado, inclusive liderada por empresas grandes, e que os gráficos menores, infelizmente seguem. Mostram que não conversam com seus clientes, não se localizam no mercado e praticam preços que somente eles entendem, e que levarão a mais noites de insônia. Acredito que deve ser uma constância em qualquer mercado que passa pelas instabilidades que afetam a todos. Mas o gráfico é o único que toma a frente, resolvendo o problema de verbas dos clientes, e olhe bem, sempre podem oferecer algo a mais, principalmente se o cliente - com sua astúcia, oferecer um contratozinho. Ai a coisa desaba a níveis absurdos. Parando com o choro, gostaria de deixar uma preocupação minha quanto ao destino do setor gráfico. Muito observo que nos desencoraja (preocupa) a continuar, por exemplo: "ah, hoje usamos tablet para apresentação de nossas campanhas, ou, as peças gráficas das campanhas foram reduzidas por causa de verbas usadas na mídia eletrônica". Ou seja, nossa batata está muito próxima da brasa, logo começará a assar, e ainda, não conseguimos adequar nossos preços ao mercado, buscando a merecida retribuição para termos forças de enfrentar as mudanças do mercado gráfico. E muitos já estão com a batata secando no braseiro. Ou seja, devemos nos preocupar mais com o futuro gráfico. Deixo aqui essa preocupação, para contribuição em seus próximos temas. Gostaria de ver sua opinião quanto ao futuro gráfico. "Um abraço."


Meu caro e "antigo" amigo. Você não sabe o prazer que me deu em receber a sua carta que me motivou a escrever este pequeno artigo. "O futuro Gráfico!" Não tenho bola de cristal e o que sei é da minha prática de anos na indústria gráfica de grande médio e pequeno porte em quase todas as especialidades gráficas, inclusive nas modernas empresas digitais, de plotagem, além é claro, embalagem, editorial e serviços promocionais.

Depois de desacelerar, a economia brasileira, onde incluímos a indústria gráfica, deve voltar a crescer neste segundo semestre a uma taxa anualizada razoável, crescendo ainda mais no primeiro semestre de 2013. Para isso, no entanto, deveremos estar preparados. O gráfico deve deixar de lado o seu pessimismo e por a casa em ordem, o que é verdadeiramente um grande desafio. Pela minha experiência, o panorama de todas as gráficas brasileiras é ter uma estrutura mais enxuta e com pessoas muito mais preparadas e qualificadas, vestindo a camisa da empresa. Para isso elas deverão ser treinadas "in Company" através de Normas e Procedimentos para cada setor da gráfica. Estamos em um período de transição, onde o empresário gráfico deve mudar os seus paradigmas. Infelizmente, o empresário gráfico, está perdendo o foco em relação a sua gráfica, ao mercado e ao que deve fazer.

O gráfico, grande, médio e pequeno, terá que ter um controle real de todos os parâmetros administrativos de sua empresa, como por exemplo, as Finanças, as Vendas e o Mercado, os Custos, a Produção e, principalmente focar em resultados. Isso ele conseguirá através dos Sistemas de Gestão existentes ou mesmo os que ainda serão desenvolvidos. O empresário terá que reconhecer as suas deficiências e procurar ajuda de algum "expert" e dos controles acima citados que deverão ser analisados, interpretados e onde deverá ser tomada uma atitude, que modifique imediatamente o caminho que esteja prejudicando a empresa.

Do ponto de vista prático, o empresário deverá se preocupar com as várias áreas da empresa, a saber: Área financeira - renegociando as suas pendências, alongando prazos de pagamento e fazendo o seu "Budget" para os próximos meses e para o ano de 2013. Não deverá tirar do foco o seu fluxo de caixa, negociando com fornecedores datas mais favoráveis em função do acúmulo de pagamentos. Departamento Comercial - Implantar controles rígidos através do CRM investindo em Televendas e Telemarketing, aprimorando o E-commerce através do seu Site, de sistemas B2B e B2C, além de solucionar instantaneamente os problemas de seus clientes, através de uma equipe de vendas internas bem treinada (sempre em conjunto com o PCP) e de uma equipe de atendimento externo, tecnicamente habilitada que esteja em contato permanente com a empresa através dos modernos meios de comunicação.

Através dos relatórios dos diversos sistemas de ERP, o grande vilão da gráfica está na Produção, onde a perda exagerada de materiais, leva a gráfica "pro buraco" sem que ela se dê conta, fato este que pode ser contornado através da implantação das Boas Práticas. Compras de materiais e de serviços de terceiros, mal negociadas, contribuem sobremaneira para resultados negativos. Um grande perigo está na Produtividade, pois se orça determinado impresso a certa velocidade e o produz com uma velocidade inferior. Sem controles isso se torna um prejuízo imperceptível. E as horas improdutivas que não são lançadas nem avaliadas, ficando sem tomada de posição para eliminá-las? Temos que trabalhar com nossos Custos Reais sem "gorduras" para que saibamos a quantas anda o nosso custo real.

Como disse Fernando Henrique Cardoso em sua genial entrevista à Revista Veja: "O vento do mundo não sopra mais a nosso favor. Então, o desafio do governo da Presidente Dilma é retomar algumas formas e fazer o que o governo do Presidente Lula não fez durante o bom momento do crescimento econômico, que é cuidar do investimento e da poupança. No vento a favor, Lula cuidou do consumo, não da produção, do investimento. A produtividade da nossa indústria (inclusive a gráfica) perdeu em comparação com a de outros países." E continua com brilhantes ponderações a respeito.
Não há dúvida de que o Governo deve ajudar os empresários, seja na infraestrutura, na justa taxação de impostos, nos incentivos para TODOS os setores industriais e não só para alguns. Temos, no entanto, amigos gráficos, começar com as mudanças e a modernização dentro de nossa própria casa, não deixando para o governo o ônus de nossa incompetência.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)




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