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Um conto de Natal

Fabio Arruda Mortara

A presente conjuntura da indústria gráfica brasileira apresenta curiosa analogia com o livro Um conto de Natal, do genial Charles Dickens, publicado inicialmente em 19 de dezembro de 1843, sendo sucesso até hoje e inspirador de numerosas histórias e filmes. Embora estejam muito distantes do perfil rabugento e avarento do protagonista da história, Ebenezer Scrooge, os impressores, como ele, deparam-se com três espíritos: o dos “natais passados”, o “do natal presente” e o dos “natais futuros”.

O primeiro fantasma é absolutamente assustador. Trata-se de uma horripilante mistura de burocracia, insegurança jurídica e pública, corrupção e “custo Brasil” (impostos altos, infraestrutura deficiente e cara, encargos trabalhistas de outro mundo e juros reais ainda elevados...). Exorcizá-lo implica a realização das sempre adiadas reformas tributária, previdenciária, trabalhista e política, bem como um processo de modernização física e ética do Estado.

O “espectro do natal presente” é conjurado nas sombras nevoentas da prolongada crise internacional. Assombra o mercado interno, ameaçado por exportadores que perderam vendas na Europa, Estados Unidos e Japão, e faz com que consumidores do mundo inteiro caiam na tentação de comprar bens e serviços de outros países. É a guerra cambial declarada por algumas nações, como China e Estados Unidos, a ausência de práticas inerentes ao capitalismo democrático, como no país asiático, o equivocado câmbio brasileiro sobrevalorizado e o recrudescimento do protecionismo, inclusive no Mercosul. Vencer essa alma penada exige solucionar os problemas da primeira, uma incansável diplomacia econômica e o atendimento, pelo governo, das reivindicações dos gráficos: desoneração da folha de pagamentos, isenção de impostos para os materiais escolares, alíquota zero do PIS/Cofins para a atividade de impressão de livros e a retirada de seis papeis de imprimir da lista de cem produtos que tiveram suas alíquotas de importação elevadas pela Camex. São medidas essenciais para que livros brasileiros e embalagens de produtos nacionais deixem de ser produzidos no exterior.

O “espírito dos natais futuros” é constituído pela exacerbação da concorrência predatória. Pressionadas pelos clientes e as mazelas dos dois primeiros fantasmas, gráficas baixam muito seus preços e trabalham com margens fatais para sua sustentabilidade. Antever e alterar tal cenário é prioritário para a sobrevivência dos negócios. É decisivo vislumbrar as ameaças que rondam os impressores, de modo que a consciência sobre elas seja um poderoso instrumento para as afastar.

Assim como Ebenezer Scrooge entendeu e acreditou no “fantasma dos natais futuros”, mudando sua vida e evitando a própria morte, as gráficas precisam ter imensa lucidez quanto à política de preços, investimentos seguros, compreensão dos rumos do mercado e convivência com as mídias digitais. É importante, sobretudo, ter coesão e foco conjunto no enfrentamento dos problemas, potencializando a força setorial na busca de soluções eficazes.

Fonte: www.maxpressnet.com.br - Acesso em 27 de dezembro de 2012.

* Fabio Arruda Mortara, M.A., MSc., empresário, é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado de São Paulo (Sindigraf-SP).




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